Páginas

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Limpa, Bem limpa.

Dizem que quando damos a fazer uma faxina na dispensa, no quarto ou no porão é por que a coisa dentro de nós mesmo que anda precisando de uns ajustes e meio que subliminarmente, começamos por fora o que devemos ajeitar por dentro. Quando em quando faço essa faxina no meu quarto, mudo as coisas de lugar, troco os lençóis dos meus casos mais antigos , mudo a fechadura que dá acesso as minhas memórias mais impróprias , devo alardear, funciona . Dou-me a emoldurar de uma forma diferente os quadros cujo o poeta já dizia “Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais...” E agora estou-me aqui vendo Meu lugar, Meu canto com um desarrumado diferente de um jeito mais Preciso , regado a decisões pra valer! Mais firme de uma vontade de rasgar as cartas que não fazem mais parte do que fui, de me desfazer de fotos e penduricalhos que ao olhá-los não permite que se passe nada na minha cabeça, e ao perceber isso, fico procurando pelo quê estou tentando recordar. – Coloquei uma textura bem laranja em uma das paredes e uma tinta amarelo pardo nas outras , é declarado que as cores tende a nos ajudar com o ânimo, ou alguma coisa assim... tenho também agora uma cama diferente, daquelas digamos, esteticamente confortável , mudei tudo de lugar , coloquei uma fechadura nova, pois a antiga não funcionava mais, isso pode ser entendido das duas formas, literal e pejorativa! No mural de fotografias novo, não tem nenhuma foto, eu havia escolhido e separado umas pra colocar , mas diminuíram consideravelmente a quantidade de gente. E isso me fez tomar uma decisão, só irá para o mural aquelas que jamais deverá sair de lá. Só que também me veio na cabeça que não sou eu quem vai decidir quem vai ou não falhar pra merecer permanecer/sair do tal mural... Essa é mais uma de muitas decisões , daquelas que me fazem ver que embora eu Mude, melhore e decida fazer faxinas com determinação, àquilo que me cerca , que fez ou fará parte da minha vida, não está mudando comigo, que não é readaptável ao que de bom e novo se faz todos os dias em mim, vejo como se todos os dias eu tomasse total prudência no trânsito, mas isso jamais impedirá que outro carro venha a bater no meu... E em meio a tantas perguntas , tenho Uma resposta , que consegue me confortar. E não hesitarei em dizer: Eu venho fazendo a minha parte.